Colher de café = 1 ml
Colher de chá = 3 ml
Colher de sobremesa = 10 ml
Colher de sopa = 15 ml
As medidas-padrão são as de café, chá, sobremesa e sopa. Porém, existem outros tamanhos, como colheres muito pequenas, para mini-xícaras, e colheres muito grandes, usadas para servir alimentos.
Soro caseiro _ O soro caseiro é muito útil e fácil de preparar.
Com 1 copo de 200 ml de água, 1 colher de sopa de açúcar e 1 colher de café de sal, e está pronto!
Manter na geladeira e oferecer pequenos volumes de 30 em 30 minutos é, em geral, o indicado.
Em condições normais, na rotina, eles bebem por dia o equivalente a 10% de seu pêso corporal.
Também os utensílios usados para o preparo de drinks são medidas úteis, alguns com a quantidade em ml escrita no medidor.
Também muito úteis na re-hidratação são as bebidas chamadas isotônicas, que têm elementos que ajudam a repor o líquido perdido por algum episódio de vômito, ou diarréia, ajudando a recuperar o volume circulante e normalizar o ritmo dos batimentos cardíacos. E, consequentemente, a oxigenação dos tecidos.
Quanto seu pet bebe por dia?
Habitue-se a conhecer a quantidade de líquido que seu pet costuma ingerir e os horários (períodos).
Apenas uma noção dessas quantidades diárias já ajuda muito e pode fazer toda a diferença nos momentos em que alguma enfermidade altera a hidratação ideal.
Dose a quantidade de água que é colocada diáriamente, usando uma medida qualquer como guia.
Alguns preparos indicam a proporção a ser diluída ou misturada, em 1 : 1, 2 : 1 ou 2 : 3, bastando que a medida seja a mesma para cada item da mistura indicada: 1 parte igual de cada, 2 partes de um para 1 parte de outro, ou 2 partes de um para 3 partes de outro (sal, açúcar, água, óleo etc.)
Desidratação
Muitas vezes os vômitos e as diarréias podem ser passageiros, tendo 2 ou 3 episódios e não sendo necessária alguma medicação para inibir o mecanismo do vômito. Nesses casos os recursos caseiros para hidratar são muito válidos, repondo o líquido que foi perdido com vômitos/diarréias.
Outras vezes é necessária a medicação para interromper o vômito/diarréia persistente e, depois de feita a medicação, pode-se fazer a reposição/manutenção com esses recursos caseiros. Ou até que se possa chegar a uma veterinária. Nunca quantidades grandes, o que pode estimular ainda mais o vômito. Comida nem pensar! É muito comum que seja necessária uma dieta zero nos quadros de vômitos persistentes, por pelo menos 24 a 48 / 72 horas. O foco deve ser a hidratação, líquidos. Aos poucos. De preferência refrigerados, e de ½ (meia) em ½ (meia) hora.
Tudo depende da causa. Algo que foi ingerido, algum produto causando irritação gástrica, uma infecção intestinal por bactéria, ou uma infecção por vírus etc. E o vômito pode ser um simples processo de limpeza do organismo, rejeitando e expelindo, ou tentando expelir o que causou a irritação, mas também algum outro processo, mais complexo, envolvendo outros sistemas além do digestivo. Seja como for, oferecer bebidas isotônicas e soro caseiro difícilmente vai causar dano.
Sobre as quantidades a questão é usar o bom senso, ou seja, considerar fatores como a idade e o tamanho do seu pet (filhotes e idosos têm maior necessidade de fluidos). E, também, o tamanho das perdas, ou seja, a intensidade dos vômitos/diarréias. Muitas vezes é um conteúdo meio espumoso, gosmento, ou ração recém ingerida e, pouco depois, algum volume de líquido. Outras vezes são verdadeiros jatos e um volume bem grande de líquido. Claro que aí está também a diferença da gravidade de cada quadro. Muitas vezes uma verminose, ou muita voracidade durante uma refeição. Outras vezes uma intoxicação séria, distúrbio metabólico, ou virose grave. Por isso, há ítens importantes de se ter em casa para as primeiras medidas a serem tomadas em cada situação. Em seguida, iniciar uma alimentação líquida e pastosa, que também conta com muitos ítens de fácil acesso.
A quantidade de alimento que ingerem normalmente equivale entre 2 a 5% do pêso corporal, tendo uma regra simples a ser lembrada na rotina, que é nunca oferecer quantidades maiores que o tamanho da cabeça de cada cão, ou gato.
Algumas pastas ou lascas de pescados enlatados podem ser uma opção no reinício da alimentação, exceto as de alto teor de gordura. Mas há entre elas opções bem pouco gordurosas, que devem ser a escolha como parte da dieta pastosa.
As de maior teor de gordura são boas para repor alguns amino-ácidos, em outras situações, como deficiências alimentares, ou depois de normalizada a dieta.
Os gatos muitas vezes fazem vômitos por conta do acúmulo de pêlos que eles ingerem, normalmente, quando fazem a higiene da pele.
Algumas vezes, ao contrário de diarréias, eles retêm fezes, tendo um pouco de dificuldade para eliminá-las. E fazem vômitos. Não sendo alguma obstrução, nem intoxicação grave, o uso de leite condensado pode ajudar a eliminação destes bolos de pêlos. Mas, como também estão sujeitos a infecções, intoxicações, viroses e transtornos metabólicos, diferenciar as causas é importante e requer também saber os sinais, histórico e sintomas.
Desidratação: Exames e Fluidoterapia
Quadros de desidratação muitas vezes indicam necessidade de alguns exames.
A coleta para exame visa o sangue total, soro, ou plasma.E cada tubo de coleta tem diferentes aditivos.
🔵Tampa azul – Coagulação e Hematologia – Plasma (tempo de coagulação, tempo de protrombina, de tromboplastina etc.)
🔴🟡Tampa vermelha/amarela – Bioquímica e Sorologia – Soro (anticorpos, antígenos, creatinina, uréia, glicose, fosfatase, ALT/AST, microbiologia, imunologia, toxicologia etc.)
🟢Tampa verde – Bioquímica – Sangue total (metais pesados, Gasometria e Bioquímicas especiais)
🟣Tampa roxa – Hematologia – Sangue total (eritrograma, leucograma, volume globular, plaquetometria...)
🌚⚫Tampa cinza/preta – Bioquímica – Sangue total (glicemia, tolerância a glicose, lactato etc.)
⚪Tampa branca – Tubo seco (transporte de amostras, como líquido cefalorraquidiano etc.)
FLUIDOTERAPIA
A reposição de fluidos corrige a hipovolemia e as deficiências de eletrólitos, melhorando o desempenho cardíaco, pulmonar e renal. Os tipos de soro disponíveis variam um pouco de acordo com essas deficiências. E com o tempo necessário de reposição e 'alimentação' parenteral.
Situações em que o mais importante, de início, é garantir uma boa punção venosa para a administração.
Na sequência, tão importante quanto o soro a ser infundido, é o volume deste, de acordo com o pêso, a idade (filhotes requerem volume maior) e o grau de desidratação.
Desidratação x Hidratação
A desidratação é classificada, de acordo com a tonicidade do fluido que permanece no organismo após a perda de água e eletrólitos, em: hipotônica, hipertônica e isotônica.
As manifestações clínicas de desidratação irão variar de acordo com o tipo de desidratação, sendo mais graves na desidratação hipotônica.
Desidratação hipotônica acontece quando há perda de sal maior que de água, levando à hiponatremia. Ocorre uma transposição de água extracelular para o espaço intracelular, que leva a uma diminuição severa do volume circulante e sinais clínicos mais evidentes de desidratação. Hematócrito e proteínas totais aumentam pela grande perda de líquido extracelular.
A desidratação isotônica ocorre quando a perda de sal é proporcional à de água. A concentração de sódio permanece normal, não havendo transposição de água entre o espaço ExtraCelular e IntraCelular. Hematócrito e proteínas totais permanecem normais.
Desidratação hipertônica acontece quando há perda de água maior que a de sal, levando à hipernatremia. Há transposição de água Intracelular para o espaço Extracelular.
A migração de líquidos de dentro das células para o espaço ExtraCelular minimiza os sinais clínicos de desidratação. Hematócrito e proteínas totais estão mínimamente alterados.
Considera-se que as necessidades de manutenção são de cerca de 40 ml/kg/dia em cães de grande porte e de cerca de 60 ml/kg/dia em cães de pequeno porte e gatos.
Sem as perdas (vômitos, diarréia, queimaduras, poliúria etc.).
QUADRO 19.1
Causas de desidratação hipotônica, isotônica e hipertônica em animais de companhia
1) Hipotônica
a) Perda de fluido hipertônico: diuréticos, peritonite, pancreatite, ascite etc.;
b) Perda de fluido isotônico com reposição de água: diarréia, hemorragia, hipoadrenocorticismo;
2) Isotônica
a) Perda de fluido isotônico: vômito, diarréia, hemorragia, hipoadrenocorticismo;
3) Hipertônica
a) Perda de fluido hipotônico: vômito, diarréia, diabetes mellitus, insuficiência renal, queimaduras;
b) Perda de água: diabetes insípidus, febre, diminuição da ingestão de água;
TABELA 19.1
Sinais clínicos da desidratação
Às vezes a perda de água pode ser indetectável. São os graus Não Aparente ou Leve, até 7% de desidratação. As mucosas estão secas, sem brilho. Em pacientes com desidratação leve ou aparente, o déficit estimado pode ser administrado em 24 horas.
Grau de desidratação Moderada, 8 a 9%. Ocorre diminuição da elasticidade da pele, mucosas secas, pequeno aumento no tempo de preenchimento capilar;
Grave, 10 a 12%, ocorre enoftalmo (globo ocular afundado), se observa formação de pequenas bolhas no interior da pálpebra inferior, há grande perda da elasticidade da pele, tempo de preenchimento capilar bem aumentado, palidez, prostração;
Choque, 12 a 15% ocorre no choque hipovolêmico, onde a necessidade é obter o acesso venoso e deixar fluxo rápido nas primeiras 2 horas; podem receber até um volume circulante (total para o peso) por hora. Isto equivale a cerca de 90 ml/kg/h no cão e 55 ml/kg/h no gato, adequando depois o volume. Sendo que soluções contendo K+ não podem ser administradas a uma taxa maior que 0,5 mEq/kg/h (de K+).
Como Avaliar a Desidratação?
A fluidoterapia é feita em animais de companhia, principalmente para a correção da desidratação. As principais causas de desidratação em cães e gatos estão descritas no quadro 19.1, acima.
O primeiro passo na avaliação de um paciente desidratado é estimar a gravidade das perdas hídricas por meio da história e do exame físico. Histórico de vômito, diarréia ou outras causas potenciais de perda de água podem indicar a presença de desidratação.
O método mais preciso para o cálculo da desidratação é o conhecimento do pêso do animal antes de ficar desidratado. Infelizmente, esta informação não é conhecida na maioria dos casos. A desidratação pode ser estimada clínicamente avaliando-se a elasticidade da pele, o tempo de preenchimento capilar e as mucosas (Tabela 19.1). Como a elasticidade da pele é determinada pela gordura subcutânea, a desidratação pode ser subestimada em pacientes gordos e superestimada em pacientes caquéticos.
Aumento nas proteínas totais (exceto em animais hipoproteinêmicos) e hematócrito (exceto em animais anêmicos) também podem ser usados para estimar a gravidade da desidratação, especialmente nos pacientes com desidratação hipotônica. Em animais desidratados, os rins conservam água em uma tentativa de preservarem o volume extracelular. Conseqüentemente, a densidade urinária costuma estar alta (> 1.035 em animais de pequeno porte). Presença de isostenúria (densidade urinária entre 1.008 e 1.025, como a do plasma) em um animal desidratado, sugere que a perda líquida pelos rins é a causa da desidratação.
A maior parte dos animais nesta situação tem insuficiência renal, embora pacientes com piometra, hipoadrenocorticismo, hiperadrenocorticismo e hipercalcemia, ou que estejam recebendo diuréticos, corticosteróides ou fluidoterapia, também possam apresentar desidratação e isostenúria concomitantes.
Fluidos Cristalóides são soluções que contêm solutos eletrolíticos e não eletrolíticos capazes de penetrar em todos os compartimentos corporais (por exemplo: ringer com lactato, solução fisiológica, glicose a 5%).
Os Cristalóides são os fluidos de escolha para rehidratação na grande maioria dos pacientes.
Um método alternativo para a determinação da quantidade de fluido a ser administrado em 24 horas, consiste em calcular o volume total como um múltiplo da taxa de manutenção (40 a 60 ml/kg). Pacientes com desidratação leve (5 a 7%) recebem em torno de 1,5 vezes a taxa de manutenção (75 ml/kg/dia), pacientes com desidratação moderada (8 a 9%) recebem 2 a 2,5 vezes a taxa de manutenção (100 a 125 ml/kg/dia), enquanto pacientes com desidratação grave (10 a 12%) recebem três vezes a taxa de manutenção (150 ml/kg/dia). Idem no choque.
Se o peso é conhecido e o paciente não está se alimentando, variações no peso indicam alterações na quantidade de água. Um paciente desidratado que não ganha peso continua desidratado.
Pacientes oligúricos ou com problemas cardíacos devem ter um monitoramento mais intenso em virtude do alto risco de hiperhidratação. Pacientes com insuficiência renal ou hipernatremia demoram mais para ser hidratados. Além do peso corporal, a melhora clínica do animal, com recuperação da consciência (interage mais com o meio) e atividade podem ser usados subjetivamente como fatores para avaliar a eficácia da rehidratação. Há menos inquietação, o paciente fica mais confortável (não confundir com prostração).
Cristalóides de reposição podem ser utilizados para manutenção em animais com função renal normal, caso seja adicionado K+ ao fluido. Algumas soluções podem ser adicionadas ao fluido administrado para compensar deficiências tanto do fluido, quanto do paciente. Na forma de cloreto é utilizado para prevenir hipocalemia. As necessidades de manutenção deste são de aproximadamente 15 a 30 mEq/L (KCl). Quinze ml de KCl a 10% fornecem 20 mEq de K+ (aproximadamente 1,3 mEq/ml).
São necessários cerca de 10 ml de KCl a 10% por litro de Ringer com lactato e cerca de 12 ml de KCl a 10% por litro de solução de NaCl a 0,9%. Cálcio, na forma de gluconato ou cloreto de cálcio, é recomendado para pacientes com hipocalcemia sintomática.
Filhotes ou cães em geral com severa desidratação, como em gastroenterite hemorrágica, precisam de soluções hipertônicas, de preferência Ringer Lactato adiconado de 2 ampolas de 10 ml de glicose 50% em 500 ml.
Fluidos Colóides são soluções com substâncias de alto peso molecular que se mantêm exclusivamente no plasma (por exemplo: plasma, dextran etc.) e são mais eficazes durante situações de emergência e em pacientes com hipoproteinemia grave.
Porque a rehidratação é difícil em alguns pacientes?
Algumas alterações clínicas dificultam a rehidratação do paciente.
Pacientes com insuficiência renal poliúrica podem perder quantidades muito altas de líquido pelos rins. Nestes casos, é necessário aumentar a quantidade de fluido administrado, caso o animal não esteja ganhando peso.
Em pacientes com hipernatremia, a hiperosmolaridade mantém o fluido nos vasos, impedindo que chegue ao espaço intracelular. O fluido, permanecendo nos vasos, é excretado pelos rins, dificultando a hidratação do paciente.
Também pode não ocorrer (rehidratação) por:
💦Administração muito rápida.
💦Erro no cálculo do volume diário.
💦Erro no cálculo da velocidade de administração.
💦Equipo errado.
💦Erro no cálculo da desidratação.
Perdas não mensuráveis subestimadas (processos de febre e taquipnéia, neonatos)
Por exemplo, quantos mililitros por minuto terão que ser administrados em um paciente para que ao final de 24 horas ele receba 600 ml? Quando se calcula, no primeiro passo, o volume total em 24 h, é necessário calcular a quantidade de fluidos necessária por hora (total diário dividido por 24 horas ou 600 ml ÷ 24 h = 25 ml/h). Para obter-se o total por minuto, basta dividir o total por hora por 60 minutos (25 ml ÷ 60 min = 0.4 ml/min).
Utilizando-se um equipo adulto, em que cada gota tem 0,1 ml, este paciente necessitaria 4 gotas por minuto, ou uma gota a cada 15 segundos.
Em muitos equipos, 1 gota a cada 15 segundos é uma frequência de gotejamento muito lenta para permitir a regulagem precisa. Nestes casos, é preferível trocar por um equipo pediátrico. Em um equipo com 0,02 ml por gota, 0,4 ml correspondem a 25 gotas por minuto. Isto resulta em aproximadamente 1 gota a cada 2 segundos.
Outros fluidos são aqueles utilizados em situações especiais e incluem sangue, seus derivados (plasma, papa de hemaceas) e substitutos (por exemplo oxiglobina,) e soluções para nutrição parenteral total.
Sobre a urina (coleta e análise urinária):
Youtube _ https://www.youtube.com/watch?v=FmbCgHC6JLs
Site de veterinária com vídeos sobre exames e coletas diversas e cursos na área de Patologia Clínica Veterinária www.citolabvet.com.br/cursos
(postado por sermos usuários do canal, assim como de outros links do Youtube aqui reunidos, que consideramos referências no dia a dia)