Diabetes mellitus – Gatos
Cães e gatos portadores de Diabetes precisam de um monitoramento do valor da glicose no sangue, ou na urina. Muitas vezes esse monitoramento é difícil de ser realizado. Ainda mais em gatos e cães de vida livre, ou de abrigos, Centros de Adoção etc.
Levando estes fatores em consideração, sobretudo para animais geriátricos, seguimos as recomendações abaixo (Dr. Helio Autran) para que proprietário e veterinário possam, juntos, determinar o melhor caminho para cuidar destes pets, da forma mais individualmente pensada e possível em cada caso. E lembramos que há rações excelentes disponíveis para pets com transtornos metabólicos.
🔹Tipo I – Há deficiência absoluta de insulina (caso de 90% dos cães)
🔹Tipo II – Propensão à resistência a insulina, pode ser reversível com dieta.
Doença que mais comumente ocorre em:
-Machos Castrados. Tradicionalmente uma doença de gatos velhos.
Com idade acima de 6 anos (média de 10 anos)
Fatores de risco
-Obesidade (gatos acima de 6,8 kg) Tipo I
-Idade (acima de 10 anos)
-Pancreatite
-Castração
Em 50 a 70 % – Tipo I – (Deficiência absoluta de insulina)
Até 50% dos casos - Tipo II – (Propensos à resistência a insulina)
-Potencial para resposta com dieta e perda de pêso ou/e correção da resistência a insulina. É potencialmente reversível em 50% dos gatos.
🔹Sinais:
-Poliúria (urinar muito) e Polidipsia (beber muita água)
-Polifagia (comer muito; também comum em outros casos, como Hiperadrenocorticismo)
-Perda de peso (apesar de comer muito) / Obesidade
-Neuropatia (andar plantígrado)
🔹Doenças concomitantes
-Pancreatite (leva a diabetes)
São necessários exames Spec fPL (lípase pancreática felina especifica) e ultrasom abdominal
-Hipertireoidismo
Dosar T4 / T4 livre.
-Obesidade (leva a diabetes do tipo 2) ↑ da resistência a insulina.
Controle da Glicemia (se persistente em jejum) > Medir frutosamina.
Manter glicose entre 100 e 250 mg/dL
🔹 Insulina
Sem uma monitoração constante (medição da glicose urinária)
-Iniciar insulina com dose menor: 1 UI/gato a cada 12 horas (preferida)
-Detemir, 1 a 2 UI/gato subcutânea a cada 12 horas
Ajuste conforme necessário e Dose final ficando entre 0,5 a 4 UI/gato
-PZI (Protamino-zinquica): 1 UI/gato Subcutânea a cada 12 horas
Ajuste conforme necessário (a caneta dosificadora é mais precisa)
🔹Rações (dietas)
Ver rótulos das rações disponíveis, com as quantidades de carbohidratos, proteínas, fibras etc. Com pouco carboidrato tendem a ter muita caloria e gordura.
🔹Dieta
Tipo 1
Em gatos muito obesos é preferível:
Alta proteína (mais de 45% da Matéria Seca) ✔️
Alta fibra (5 – 10% da Matéria Seca) e pouco mais de carboidratos (mais de 25% da MS)
Possibilidade de remissão da doença:
Mais 'comum' em gatos obesos ou com menos de 12 anos.
Menos comum em hipercolesterolêmicos e nos que apresentam hiperglicemia severa.
🔹Dieta
Tipo 2
Alta proteína (mais de 45% da matéria seca) ✔️
Alta fibra, em parte, ajuda na perda de peso.
Baixo carboidrato (menos de 15% da Matéria Seca)
Com pouco carbohidrato melhoram a glicemia, diminuem sinais clínicos e diminuem a dose diária de insulina, que tende a baixar; testar de novo, em exames seriados, para prevenir hipoglicemias depois do início da dieta (com o ajuste de dose).
🔹 Refeições frequentes (quanto mais vezes por dia, melhor)
minimizam o pico de glicose pós-prandial.
🔹 Para cada 1 kg de redução do peso, a resistência a insulina reduz em 30%.
🔹 Bacteriúria assintomática é frequente:
Se não há sinais de inflamação, pielonefrite, ou cistite, não tratar de pronto (a bacteriúria).