Bichos Peçonhentos (venenosos)
Bichos Peçonhentos (venenosos)
Aranhas
Existem mais de 30 mil espécies de aranhas descritas no mundo.
As aranhas de maior interesse veterinário no Brasil pertencem aos gêneros Loxosceles e Phoneutria. Entre estes gêneros, a Loxosceles é responsável por 40% dos acidentes humanos no Brasil e apresenta veneno de elevada toxicidade.
A popular Aranha Marrom, com seus 23 mm de tamanho, pode atingir 1 cm de corpo e até 3 cm nas patas . Possuem hábitos noturnos e habitam locais intra e peri domiciliares, como móveis, porões, frestas de parede, cascas de árvores, madeiras empilhadas e despensas.
A aranha Phoneutria nigriventer, conhecida como Armadeira, possui comprimento médio do corpo de 3,5 cm e o tamanho das patas atinge até 15 cm; abdômen preto e corpo coberto com pêlos curtos e castanhos.
As patas são bem maiores que o corpo
Posição de ataque, apoiada nas patas traseiras
que possibilita saltos de até 30 cm
A Aranha-de-jardim, também conhecida como Aranha-de-grama, é uma espécie da família Lycosidae (Lycosa). Possui aproximadamente 5 cm de comprimento (total).
Não constituem problema de saúde pública
Pêlos alaranjados/avermelhados
Não confundir com a Armadeira
Apresenta coloração marrom-clara ou cinzenta e não é uma espécie agressiva
Os acidentes com os sapos ocorrem principalmente em cães, quando tentam brincar ou ingerir o sapo, abocanhando o anfíbio, ou quando fazem a limpeza das patas por lambedura, após algum contato das patas com o sapo.
Cães de raças braquicéfalas apresentam maior sensibilidade (Shih Tzu, Pug, Bulldogs, Boxer)
Caderno Técnico de Veterinária e Zootecnia
https://vet.ufmg.br/caderno-tecnico/cadernos-tecnicos-de-veterinaria-e-zootecnia-no-75-animais-peconhentos/
INSETOS
As abelhas realizam a ferroada como forma de defesa contra ataques a elas ou às suas colméias.
Os acidentes por picada de abelhas podem causar três tipos de reações:
local, tóxica sistêmica e anafilática.
Também ocorrem acidentes por picadas de Vespas/Marimbondos e de Formigas (Himenópteros)
Acidentes por contato com outros insetos também acontecem com frequência,
como lagartas (Lonomia sp) , mariposas (Hylesia sp), besouros (Paederus ) etc.
Nesses casos, de lagartas, mariposas e besouros, a maioria dos acidentes tem boa evolução com medidas de tratamento de urgência, que incluem:
🚰 lavagem da região com água fria;
• compressas frias;
• elevação do membro acometido;
• corticosteróides tópicos;
• anti-histamínico oral.
• infiltração local com anestésico como lidocaína a 2%;
Escorpiões
As espécies de interesse toxicológico no nosso país pertencem ao gênero Tityus.
Uma característica comum em picadas de escorpiões é o rápido início dos sinais clínicos após o acidente.
A depender do tamanho do animal sob os efeitos da picada, os sinais variam em grau de intensidade:
❗Leve
Dor e parestesia locais
❗❗ Moderado
Dor local intensa, náuseas, vômitos, sialorreia, agitação, taquicardia, taquipneia
❗❗❗Grave
Sinais da forma moderada associados a outros sinais: vômitos profusos, prostração, convulsões, bradicardia, insuficiência cardíaca congestiva, arritmias cardíacas, edema pulmonar, choque, coma.
A dor local provocada pela picada é combatida com anestésicos locais sem vasoconstritor, como a lidocaína.
Serpentes venenosas
As serpentes peçonhentas brasileiras são divididas em duas famílias:
Viperidae, com cinco gêneros, sendo mais conhecidos os gêneros Bothrops, que inclui espécies como a jararaca, a urutu-cruzeiro e a jararacussu, o gênero Crotalus, que é o da cascavel; e o gênero Lachesis, cuja espécie mais conhecida é a surucucu-pico-de-jaca;
Elapidae, com dois gêneros, Leptomicrurus e Micrurus, espécies chamadas popularmente de corais verdadeiras.
Segundo Coordenação de Controle de Zoonoses e Animais Peçonhentos, 90,5% dos acidentes ofídicos são causados pelo gênero Bothrops, 7,7% pelo gênero Crotalus, 1,4% pelo gênero Lachesis e 0,4% pelo gênero Micrurus.
Instituto Butantan (SP)
Todas as espécies de animais domésticos são afetadas pelo veneno botrópico. Os mais sensíveis são os equinos, seguidos por ovinos, bovinos, caprinos, caninos, suínos e felinos. Sinais clínicos locais são caracterizados por dor intensa, edema e hemorragia.
A quantidade de soro a ser administrada precisa ser suficiente para neutralizar
pelo menos 100 mg de veneno no acidente botrópico, e 50 mg no acidente crotálico.
O volume mínimo de soro a ser administrado é de 50 ml.
O soro antiofídico é o tratamento específico utilizado em humanos e animais acidentados, quando disponível.
Há também um envenenamento por Salmão e por Truta crús, causado por uma interação entre um parasito e uma bactéria, parasitos de salmões e trutas:
Nanophyetus salmincola/Neorickettsia helminthoeca.